No proêmio sobre o tema em exame, em homenagem ao mês corrente na pátria amada Brasil, merece considerar, com licença da palavra, os filhos da Consciência Cósmica, o conceito da Divindade, quanto às leis adrede organizadas pela Potestade, quando desrespeitadas pelos filhos inscritos na universidade da vida.
Inegável, sob esse díptico, imaginar o Criador como um senhor de barbas brancas, na toga de um juiz severo, com uma varinha nas mãos para punir os filhos transviados. Ah! Não. A pena propõe examinar o “julgamento”, com as reflexões sobre o tema, pedindo licença para dizer que em verdade não é desse modo que se aprofunda na análise sub-oculis, porque: É fato que nos primórdios da civilização, diante da crença no politeísmo, equivale dizer, a aceitação de incontáveis Divindades, era uma constante que cada ser humano professasse uma fé e solicitasse a seus deuses que os pleitos fossem atendidos por uma Potestade a quem se afeiçoava.
Desse modo, a humanidade aceitou o Deus da chuva, do sol, do fogo e incontáveis deuses, como anota a historiografia mundial, e, no arraial da mitologia grega a mesma dinâmica foi pródiga nas suas crenças, uma vez que na filosofia popular até hoje, quando se vai para o repouso do corpo físico, diz em tom de galhofa que se entregará o corpo físico nos braços de Morfeu, o deus do sono, com desejos de que Cronos, o Deus do tempo conceda largo tempo de repouso.
Nada obstante o primarismo natural da evolução, o fato é que nada resiste à Lei de Progresso e suas naturais sanções. Veja-se, pois, que foi com “O Filho do Sol”, Akhenaton, segundo filho de Amenhotep III, com Tiya, na dinastia egípcia, que o faraó Akhenaton foi considerado por uns como visionário, por banir por decreto o politeísmo para estabelecer o monoteísmo. Estabelecida a lei em apreço e suas consequências, construíram um palácio no qual o sol incidia durante todo o dia sobre o seu trono, nascendo, a partir desse acontecimento, o Deus do Sol.
Passado largo tempo, Moisés, o primeiro legislador da história da humanidade, consolida a crença na única Divindade, equivale dizer, o monoteísmo. Enfim, que benção, após doze séculos desse avanço, chega ao Orbe o Celeste Amigo trazendo a lei de amor, justiça e caridade, e por consequência a observância da regra pétrea para o resgate das faltas, trazendo consigo a bandeira da opção pela escolha do candidato à felicidade, diante da lei em exame, sancionada no Amor no amor, eterno amor.
É vero. Jesus, com fulcro na lei de progresso, aproveitando o desenvolvimento intelectual das criaturas na escola da vida, e para melhor compreensão da existência das provas e expiações, ofereceu a noção de que a Consciência Cósmica é o Pai Celestial repleto de amor, bondade e infinita misericórdia.
Disse mais em suas prédicas, que não deixaria órfãos seus irmãos menores e que rogaria ao Pai, para mandar no tempo oportuno, outro consolador que ficaria entre seus filhos para todo o sempre. Assim, foi no dia 18 de abril de 1857 em Paris, em manhã radiosa e perfumada, com os Campos Elísios engalanado que veio a lume “O Livro dos Espíritos”, cumprindo a promessa do Divino Pastor e esclarecendo à saciedade, naquela oportunidade na questão número uma definição dessa unicidade, segundo a resposta oferecida pelo Espírito da Verdade.
“Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. Nesse sentir, é óbvio que o Pai Celestial estabeleceu ordem e progresso em toda a sua criação, não deixando o Universo a desgoverno. Por essa razão, as 10 leis pétreas, previamente estabelecidas, para seus filhos atenderem aos ditames do bem viver e da responsabilidade para alcançar os páramos celestiais.
A Lei de Adoração; Lei do Trabalho; Lei de Reprodução; Lei de Conservação; Lei de Destruição; Lei de Sociedade; Lei do Progresso; Lei da Igualdade; Lei de Liberdade; Lei de Justiça, Amor e Caridade. Nesse corolário, se respeitadas as suas diretrizes, não haveria nenhuma sanção para reconduzir os homens para a trilha do bem.
No outro polo, não se segue daí que o Senhor da Vida não tenha mais nada a fazer, senão ficar vigiando seus filhos no caminho de sua evolução, punindo-os a cada falta ou recaída. Sim, na opção, é escolha que cada viajor faz, como anota Paulo, o Apóstolo, em sua epístola aos coríntios, a criatura humana carrega consigo o resultado de seus atos, donde se concluir ser responsável ou irresponsável pela semeadura que se realiza.
Inegável, pois, que os que desejam fumar possam fazê-lo. Os que escolherem o caminho da mentira, da trapaça, do roubo, do furto, do latrocínio, podem realizar seus nefastos projetos, respondendo depois pelo resultado de seus atos. Considere-se, também, as almas entibiadas que atribuem os desaires como “misérias” da existência, e, cometem enorme engano, ao porem fim à existência física, praticando ato ignóbil do suicídio, certo ainda assim, que Deus não interfere no Livre Arbítrio da lei pétrea.
Ora, sim. Sem contraditório que, a escolha da porta larga da vida, ou a prática de atos tresloucados realizados na conduta eleita, militará a favor ou desfavor de seu autor, sem que a Providência Divina tenha que punir diretamente a violação das Leis da justiça Divina. Desse modo, os tabagistas de longas décadas podem experimentar um enfisema pulmonar, o desrespeito à caminhada diária e salutar gera obesidade que, por seu turno, entibia os joelhos pelo excesso de peso e diminui a resistência do corpo físico. É na luz que apaga a escuridão, a fonte da Consciência Cósmica, para não se enganarem os desatentos ao cumprimento das leis pétreas do Senhor da vida.
O Eterno, Senhor da vida, todo poder e bondade e amor, não utiliza chicote ou um ferro em brasa para castigar os desalinhos de suas leis ou fere o livre arbítrio em suas escolhas. Na verdade, seus filhos amantíssimos recebem a sanção da correção de rumo, pelo amor, no juízo do Egrégio Tribunal de Justiça da consciência, consoante a questão número 621 de “O Livro dos Espíritos”, onde estão estabelecidas as leis de Deus, Senhor Onipotente, Onisciente e Onipresente.
Qualquer que seja o desalinho reclamando retificação, nasce a dinâmica corretiva para o aprendizado, pois o “erro” é motivo da prova, para que se faça melhor no porvir com o corretivo do progresso, consciente de que aprendida a lição, chancela-se a diplomação.
Posto isso, é crível se imaginar, apesar da pobreza franciscana do exemplo, como se fosse numa sauna, transitar por uma sala de purificação, de limpeza, de revigoramento mental e espiritual e, ao depois, ver-se com um belo aspecto inteiramente renovado.
Em síntese, é dessa forma que as lições encontram nos desacertos o método lenitivo de correção, permitindo a renovação do ato, agora, melhor e mais perfeito, sem necessidade da chibata do Pai Celestial. O sentido da vida é evolução, crescimento, embelezamento, abundância, paz e progresso em busca dos esplendores celestes, pois na casa do Pai Celeste há muitas moradas.
Ponto finalizando, ancorado nesses sentimentos d’alma, respeitando as leis pétreas e a Justiça Divina, em nome de Jesus de Nazaré, o amigo incondicional de todas as horas, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os irmãos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.
Do amigo Fraterno de sempre.
Jaime Facioli