A SOLUÇÃO DAS PROVAS POR JESUS DE NAZARÉ

No preâmbulo da narrativa, os filhos do eterno inadvertidamente, imaginam que os problemas existenciais não lhes pertençam e que nada tem a ver com os acontecimentos de grandes envergaduras ou nas fatalidades da existência como as catástrofes, o que é um ledo engano para os descuidados da existência, considerando as preciosas lições do divino jardineiro e a dinâmica da vida, conscientes as criaturas que somos irmãos, filhos do mesmo Pai Celeste.

Ledo engano, pois, cometem os descuidados na viagem da existência. A verdade é que quando um aprendiz das provas cai no quesito da moralidade, ou no seu reto proceder, pode-se afirmar que com ele, os filhos do Divino, desabam toda sociedade civilizada, se desorganizando e entrando em nuvens obnubiladas onde todos sucumbem.

A pena solicita licença para o autor, Victor Hugo, o admirável escritor francês, quando no exílio, para relatar que ele tinha por hábito, ao cair da tarde, chegar a uma parte em que havia uma colina próxima ao mar, e sentava-se, mergulhando em reflexões demoradas. Ora, sim!. Esse proceder tornou-se um hábito, de sorte que, depois das reflexões, o gênio meditava com as crianças nas brincadeiras à sua volta.

Ora! Sim. Após meditar, o gigante da pena se erguia e dobrava-se, tomando uma pedra e a atirando ao mar. O hábito era tão natural nesse movimento que se tornara um automatismo. Certo dia, porém, uma das crianças, vendo o escritor repetir o gesto de atirar ao mar uma pedra, perguntou, com o olhar traquina e o sorriso infantil:

Senhor Hugo, por que o senhor, após meditar tanto, toma de uma pedra e a joga no mar? E o admirável exilado respondeu, com um toque de melancolia: É que tenho muitos problemas e resolvi, diariamente, por meditar em um problema. Após equacioná-lo, atirá-lo ao mar do esquecimento.

Cogente, pois, jamais permitir que os problemas assumam nossas vidas, exaurindo as forças do bom combate, no dizer de Paulo, o apóstolo aos coríntios, evitando sugar as energias. É vero. É necessário a compreensão de que estamos no barco da existência sob o comando de Jesus de Nazaré, e problema não é mais forte do que o Senhor da vida, muito menos que o Governador Planetário.

A retórica é autêntica, analisado per si os problemas devem-se pensar: aqui está o meu problema. Fora de mim. Não somos este momento de aflição, como lecionou Victor Hugo, mas apenas transitamos por ele temporariamente.

Encaremos, pois, cada desafio como prova que existe para o crescimento e o amadurecimento e não ocorrência destinada à destruição da criatura humana. É desta forma que a vida solucionará as dificuldades sem se desgastar, contemos, pois, com ajuda externa. É inacreditável ter que resolver tudo sempre tudo sozinho.

Há tanta gente disposta a ajudar, seja no mundo material, os filantropos, seja no mundo invisível, os arautos do bem, os anjos da guarda e a proteção do Pai Celeste, valendo acrescentar os encontros dos amores do ontem e os protetores de nossa reencarnação.

Desse modo, razão assiste ao emérito escritor Victor Hugo, ao estabelecer que após resolver um problema, atiremo-lo ao mar do esquecimento, não permitindo que ele permaneça em nossa casa mental. Renovemo-nos diariamente, não permitindo que resquícios de crises e dores amarguem a alma e se transformem em prisão indesejada. Oh! Não!. Não nos assustemos com a palavra problema. Se ela parecer assustadora, troquemo-la por outra, como desafio ou obstáculo.

Afinal, os obstáculos existem para serem observados, compreendidos e transpostos. Saímos mais fortes de cada um deles, se desejarmos, em vez de mais fracos e abalados. Libertemo-nos desse negativismo que, por vezes, estraga o dia, quando a lente do pessimismo nubla a vista.

Libertemo-nos do cinza, do escuro, dos pensamentos que aborrecem a alma. Nascemos para ser livres, libertemo-nos! Jamais olvide que não somos problemas, apenas transitamos por eles temporariamente.

Inegável na solução proposta pela pena nas provas da existência, referenciada na ciência da observação, sente-se no imo d’alma, o desalinho de uma parcela dos irmãos de caminhada, viajando pelas veredas da existência das provas, sem se darem o direito a uma análise das realidades existenciais das provas e expiações para aprofundarem o bisturi do conhecimento, a fim de emularem-se na análise dos objetivos e no sentido da vida, sempre bela, colorida e consentida consoante as lições de Jesus de Nazaré.

Com essas reflexões, não é reprochável asseverar que uma das dificuldades do ser humano, na sabatina das provas, é optar pela porta larga para transitar, sem refletir, sem não jogar no oceano a pedra já desgastada do pensamento.

É verdadeiro, ao exercitar o livre arbítrio, se opta pelo lado escuro da vida, com a mais absoluta ausência do sentido que dê valoração e colorido à existência, para proporcionar o exame das provas do bom combate, proposta por Paulo, sob a perspectiva do futuro como lecionou o Divino Pastor, ao prometer aos viajores os esplendores celestes e incentivado pelo ilustre escritor Victor Hugo.

Pela negativa, bem se vê que um dos crimes mais violentos que se comete contra as Leis Divinas se expressa no suicídio, alguns no anoitecer da existência, outros ainda jovens, dotados de beleza física.

Em verdade, há famílias bem estruturadas, e ilustrando-se nas melhores universidades da existência, que se esquecem dos valores d’alma e retiram o que não lhe pertence. A vida não é propriedade das provas que se comprometeu no pretérito na pátria espiritual, mas do Senhor da Vida, destinada a ser instrumento de crescimento, e nada, absolutamente nada, justifica pôr termo à vida bela, colorida e consentida, no veículo destinado à elevação do espírito.

Oh! Meu Deus! Como podem se arvorarem os desalinhados a retirarem aquilo que não é sua propriedade, mas antes pertence à Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas? Que responda a consciência do justo. Por isso, a valoração da vida com o seu sentido nobilíssimo, merece um apólogo desse proceder entibiado.

Trata-se de criaturas possuidoras de recursos materiais, para não se dizer, na linguagem coloquial, que não aproveitam as oportunidades concedidas pelo Senhor da Vida. Não despertaram para a felicidade. Não valorizam a oportunidade da reencarnação e nem mesmo sentem em seus corações o suave perfume do Divino Jardineiro.

É vero. Não homenageiam a vida. É a insensibilidade da porta larga da vida, ainda que a luz luminífera em seu caminho seja o da verdade e da vida que os levem aos esplendores celestes. Nada obstante, não é incomum essas criaturas buscarem o desenlace voluntário, quando não de forma involuntária, surpreendendo os que se esforçam para terem puros os corações, como ensinou o Homem de Nazaré.

Inegável pelas estatísticas, uma das causas frequentes da “morte”, pelo suicídio, direto/indireto, são provocados pelas criaturas em desalinho; são os que elegem viver sem sentido religioso, jamais se emulando no sentimento da prece poema de São Francisco de Assis, ao exortar os corações amorosos a profunda reflexão da valoração da vida, consoante sua declamação de amor, ao imortalizar o sentido da existência declamando:

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor; onde houver ofensa, que eu leve o perdão; onde houver discórdia, que eu leve a união; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver erro, que eu leve a verdade; onde houver desespero, que eu leve a esperança; onde houver tristeza, que eu leve a alegria; onde houver trevas, que eu leve a luz. Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna”.

Sob a luz do amor de Jesus de Nazaré, o sentimento por excelência do amor, por onde transitam os candidatos à felicidade, no planeta sob a governança do Cristo de Deus, conscientes de que o mundo não está a desgoverno, àqueles que ainda não estão sintonizados com o poema do arauto Francisco de Assis este é o momento e a solução das provas de que trata o tema em apreço para sedimentar o alfarrábio do amor do mestre em plenitude.

Com esses sentimentos d’alma, segue o ósculo depositado em seus corações, com a hóstia da fraternidade universal, anelando tenham os amigos de todo o sempre, um final de semana de muita paz em nome do Divino Pastor.

Do amigo fraterno de sempre.
- Jaime Facioli -




JAIME BARBOSA FACIOLI
Jaimefacioli.adv@uol.com.br