PORTAL DE LUZ - O LUGAR DE CADA UM

Nos compêndios da humanidade, há um axioma de que os filhos do criador em provas e expiações, interessam-se pelos melhores lugares por onde transitam, disputando a primazia da preferência a todo custo, e, não raras vezes usurpa-se direitos e prerrogativas constitucionais, quando não chegam ao suborno, à incúria, procedendo a sorrelfa e vesânia para alcançar objetivos ainda que sejam desleais.

Os abusam das prerrogativas de outrem, fazem ouvidos moucos à realidade da Lei e Causa e Efeito, desprestigiando a vida em sucessão constante de acontecimentos, de encontros e desencontros, criando situações inexplicáveis. São os candidatos à felicidade que simulam como vítimas diante do báratro do carrasco implacável, impotente face a face com um destino cruel e irracional.

A doutrina espírita é a fonte profícua para explicar as leis em comento, aprofundando o bisturi dos acontecimentos das existências e suas ocorrências. Por isso, sim, é na sabedoria popular que se diz que “aqui se faz, aqui se paga” quando não se referem a “lei do carma”, para expor seus pensamentos ao resultado das atitudes desairosas adredemente escolhidas pelos transeuntes.

A análise do tema, na lei de causa e efeito, sob o pálio dos conceitos espíritas é lei de Deus e na sua misericórdia, há sempre a possibilidade de correção de ajuste ou revisão dos atos praticados em desalinhos pelos filhos desatentos, para resgatarem os enganos, os desacertos e os desatendimentos à lei soberana.

Sob esse ideário, sem dúvida é a lei divina que promove o acerto da contabilidade dos atos praticados em função do exercício do livre arbítrio, regulando tudo o que existe no universo. É sob esse prisma que cada criatura se responsabiliza pelos seus acertos e erros, tomando consciência de que seus atos carregam a responsabilidade de suas ações, assumindo as lições de Jesus para tomar o seu devido lugar.

Com fulcro nessa análise, não é fácil aos profitentes do tema, aprofundarem o bisturi judicioso nesse estudo, mas também não será reprochável dizer que o fenômeno em apreço – o lugar de cada um no universo da Potestade - cuida da liberdade, pérola preciosa que a Divindade presenteou seus filhos, e, por isso, tudo o que se pensa, tudo que se faz determina a consequência da escolha.

Desse modo, resulta sem contrariedade, ser a lei de justiça que rege a existência das criaturas, de onde é crível se conjecturar ser essa uma das razões que levou o Divino Jardineiro as preciosas orientações sobre o lugar de cada um, cabendo registrar que Jesus era um educador de qualidades especiais; não perdia oportunidade para o ensino.

Oh! Meu Deus. Que ninguém se engane, toda ação, palavra, acontecimento que ocorre no planeta terra esta sob a governança de Jesus de Nazaré, Modelo e Guia da humanidade, sob a luz da vida dada ao homem para o seu progresso e que as ocasiões das provas são oportunidades de crescimento.

Entre os seres humanos em evolução, encontram-se àqueles que sintonizam com os misantropos e outros que atribuem aos eremitas uma inteligência incomum, por adotarem o modus vivendi de contemplarem a vida e admirarem tempo sem fim, à beleza das abençoada Terra de Provas e expiações.


Nada obstante os irmãos de caminhada que apreciam viverem longe da sociedade isolando-se do mundo em busca da solidão, a verdade é que o ser humano é um ser eminentemente gregário, razão porque tem necessidade de viver em sociedade para apreenderem com outrem o que não sabem, e, por seu turno, ensinarem o aprenderem na escola da vida, dividindo seus talentos com aqueles que não alcançaram ainda o saber.

Nessa permuta de conhecimento, pode-se dizer que os misantropos e os eremitas têm mais de egoísmo do que de sabedoria, partindo-se da premissa de que não atendem a lei de progresso, nada ensinando do que sabem e simultaneamente cerram as portas para novos conhecimentos e experiências com as criaturas em constante evolução.

Uma rápida consulta às páginas da internet fornecerá centenas de personagens ilustres que foram misantropos ou eremitas. Entre os primeiros, Arthur Schopenhauer, Daron Malakian e Salvador Dalí. No arraial dos eremitas, anote-se, Greta Garbo, Syd Barrett e Emily Dickinson.

Sobre o tema e apreço, é crível meditar na importância de nossas vidas na sociedade onde se moureja no universo infinito de Deus, consciente dos aprendizados na caminhada solitária pelo mundo de provas e expiações, como se andorinha solitária fizesse acontecer o verão.

Pessoas há que imaginam quão sábio é o eremita, porque vive solitário, afastado das pessoas e do mundo. Buscam a solidão para poder encontrar-se. Ledo engano daqueles que assim pensam. A verdade é que, o homem solitário, como se anotou alhures, está mais para egoísta. É notório o fato de que aqueles que divergem crescem, pois trocam experiências e conhecimento, enquanto aqueles que são iguais destinam-se a permanecer no mesmo estágio de conhecimento.

Daí, o eremita permanece no estágio de conhecimento adquirido. Não progride. Diz a sabedoria popular que um dos degraus da sabedoria, é dividir com outrem as dádivas recebidas, contribuindo com a sociedade civil os conhecimentos hauridos na Universidade da vida.

No contato com os viajores do planeta terra, ao cumprimentar as pessoas, dando-lhes um bom dia, ou equivalente não raro, como resposta obtém-se um sorriso que emoldura a vida. Cada criatura tem um tesouro especial em seu coração. Cada ser humano é luz. Tem guardado dentro de si experiências que não imagina a vã filosofia.

Nessa luz, quando se está junto, trocam-se experiências. Imagine uma criatura que aprecie os passeios nas praias da vida, se permitindo que as águas do mar lavem seus pés ao sabor da brisa que sopra em homenagem a vida. Doutro lado, outro que abomina esse tipo de recreação, pois que vocacionada mais para as paisagens bucólicas, pode sentir o ar fresco da manhã no campo, andar de cavalo, fazer caminhada ao ar livre, sentir a brisa campestre. Não há necessidade de
egoísmo. Será suficiente o aprendizado em conjunto.

Aquele que gosta do passeio na praia, de vez em quando pode mudar o seu programa e fazer companhia a outrem e, certamente aproveitará um fim de semana nas paisagens bucólicas, descobrindo a beleza que a natureza oferece aos olhos daqueles que sabem apreciar os verdes campos da nossa terra, os riachos correndo mansamente pela fazenda. Sentirá o aroma das flores que emolduram os campos primaveril. Verá na noite, o céu salpicado de estrelas mil, o manto maravilhoso, bordando as estrelas, como se fossem joias preciosas.

Poderá olhar a Constelação do Cruzeiro do Sul, belissimamente formada como se fosse uma cruz, com uma estrelinha ao seu pé, chamada "intrometida", e poderá vibrar com o sol que adentra pelas manhãs, ganhando a intimidade da casa onde se hospeda.

Solitários, como registra o foco do portal de luz que acalenta os corações na insondável beleza d’alma, se constata que sós, por sermos filhos de Deus, seremos apenas estrelas que cintilam, com a responsabilidade de fazer brilhar a luz, por onde quer que passemos. Juntos vamos compor um corpo de luz a brilhar onde esteja, porquanto cada criatura traz na memória o amor e as conquistas hauridas nas caminhadas evolutivas em busca dos esplendores celestes.

Em verdade, transformar-se em luz é ouvir as vibrações do coração para edificar o castelo da existência, afinal, o ser e evolução é o arquiteto do seu porvir. Oxalá os caminheiros ouçam as vibrações de amor ao sentir as estrelas e os imensos universos que reside dentro de cada filho de Deus. Lamentavelmente, nós não temos o hábito de ouvir o coração.

Experimentem, fechar os olhos do corpo físico e sentir as suas pulsações, levando a vida para todo o corpo maravilhoso, permitindo através da corrente sanguínea a manutenção do nosso corpo para que ele possa cumprir os nobres propósitos para os quais foi criado pelo Pai Celestial. Recordemos Jesus. "Vós sois Deuses. Tudo que faço vós podeis fazer e muito mais".

Mahatma Gandhi, Irmã Dulce, Madre Tereza de Calcutá, São Francisco de Assis, Dr. Bezerra de Menezes, Francisco Cândido Xavier, Eurípides Barsanulfo, Emannuel, Joanna de Ângelis, Pe. Manoel da Nóbrega, Santo Agostinho, Joana DArc, entre tantos outros e não poderei olvidar, o mais nobre deles. O Divino Galileu.

Cada um com o seu lugar na historiografia de nossos corações. É chegada a hora de ofertamos o óbolo para um mundo melhor. Deixar de reclamar da vida, do dia que faz sol, ou da chuva que cai mansamente sobre o planeta para fortalecer a terra, ou do frio que o inverno traz para cumprir as estações do ano. Tudo tem o seu lugar, sua hora, seu momento. O nosso, de agora, é um convite para um mundo melhor. Parar de reclamar e agir. Agir a favor de bem, iluminando o lugar onde mourejamos. A hora é de renovação. Toda vez que for compelido a uma crítica, pense em uma questão de compreensão. No lugar do mal, faça nascer o bem. Se tiver que fazer críticas acerbas, lembre-se de Jesus.

Certa feita passava com seu colégio apostolar pelas estradas da vida, e seus discípulos sentido um desagradável cheiro que empesteava o ar e notando um cachorro morto em avançado estado de putrefação, taparam as narinas e reclamam daquele odor. O mestre, como sempre, valeu-se do ensejo para proferir lição pedagógica para todos nós, e simplesmente disse-lhes, "Mas que dentes lindos tinham esse animal”.

Vamos deixar a luz penetrar nos corações, inspirando-nos pela força do Cosmo, para que possamos erguer-nos em direção as estrelas, em detrimento ao lodo, a fim de sermos felizes. É de Jesus as lições:

“Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar, para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos: ‘Daí o vosso lugar a este’. E vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar. Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga: ‘Meu amigo, venha mais para cima’. Isso será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa. Porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado”.

Jaime Facioli.





JAIME BARBOSA FACIOLI
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