Os filhos da Consciência Cósmica na trajetória do indispensável aprendizado, incontáveis vezes se deixam abater pelo desânimo, pela depressão desencorajadora, desanimando os corações ao sentirem os sonhos tantas vezes interrompidos ou ainda não realizados, olvidando-se de que tudo tem o seu tempo na grande jornada do progresso a que estão submetidas as criaturas.
Sem contradita, a vida tem de ser enfrentada por outro viés, substituindo a falta de ânimo pela coragem para enfrentar o bom combate e sem exceção, as provas que os abrolhos do caminho oferecem aos viajores destemidos para alcançarem o objetivo que o Senhor da Vida criou para os seus filhos afim de avançarem, aperfeiçoando-se e progredindo incessantemente no caminho da perfectibilidade, carimbando o passaporte para os páramos celestiais, iluminando o reino de Deus que está nos corações dos homens.
Inconteste, pois, se o procedimento for esse em apreço, as nuvens carregadas passam e o amanhecer será ensolarado, dando à vida o colorido da esperança, deixando para trás os ventos fortes que acoitam as copas das árvores e arrancam as folhas de sua cabeleira verde e espessa, atirando-as à distância.
Nada obstante, não há dúvida de que pelo caminho das provas e das expiações, há momentos em que a natureza parece enlouquecer, uivando como animal bravio pelas ruas e praças, subjugando os transeuntes aos seus caprichos na busca por abrigo, pois o céu se cobre de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e tempestades fazendo-se noite em pleno dia.
Sem perda de tempo, os viajores fecham janelas, recolhem pertences, quando dos céus jorram águas abundantes, fustigadas pela ventania, que se arremessa, com força inclemente, contra as casas, os muros, as grandes árvores e em pouco tempo a devastação se faz presente, e, quando os relâmpagos se apagam, a chuva para como se nada tivesse acontecido, sobrevindo uma grande quietude que invade a mãe natureza.
É a vida retomando o seu curso depois da tempestade sanear a atmosfera, tal qual acontece com as dificuldades, os espinhos e as pedras do caminho, como exalta o poeta Carlos Drummond de Andrade ao poetizar que “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”.
Que não se engane a vã filosofia dos viandantes, pois essas ocorrências são remanescentes da ramagem verde que balança as últimas gotas d’agua que o vento bocejou cansado, e ao depois recolhendo-se, ninguém sabe de onde veio ou para onde vai, e em algumas horas passadas o sol volta a distribuir raios de calor e luz, pois não há mal que sempre dure e nem bem que não encontre o seu termo, dando sequência à vida, sempre bela, coloria e consentida, num espetáculo radioso que somente o artista supremo é capaz de realizar em pintura inimaginável, e quem olha para o céu nesse momento, não acreditará que há pouco houve uma tempestade tão violenta, capaz de mostrar toda a força da mãe natureza.
Igual proceder é o da vida, diante dos momentos de lutas, de esperança, acertos e desalinhos que se alternam nas provas que atestam a capacitação dos filhos do Criador. Daí, sem dúvida, quando o sofrimento chega, vestindo a túnica da enfermidade, o avental da solidão, o fantasma do desemprego, ou a chamada “morte” faz visita sem pedir licença, levando na grande viagem os afetos, não se consegue mensurar o tamanho da dor, que deixa em cada coração descoroçoado as mais belas florações.
Nesse estado d’alma, acredita-se que não haverá mais esperança, nem amanhã, nem alegrias, pois sombrias são as horas, os dias, e os meses parecem arrastar-se pesados, dando a impressão de que nada mais resta, senão a dor sem lenitivo para cicatrizar as feridas dos combates.
A verdade, contudo, é, que tudo passa como a chuva rápida do verão ou as tempestades que trazem o líquido precioso para repletar os reservatórios da natureza, para manter a vida estuando em bençãos, e, depois de sanear a atmosfera chegam os raios do sol e o arco-íris embelezando o céu das criaturas.
Nessa sensibilidade d’espirito, o tempo, como lenitivo da dor, deixa as marcas dos períodos de combate, realizando uma catarse nos tatames da existência, e dirão os lutadores, de si, para consigo mesmo, exclamando ao recordarem as experiências das dores: Oh! Meu Deus, não acredito que tudo passou, pois até parece um sonho distante.
In veritas é assim mesmo, porque tudo na vida passa diante da transitoriedade das provas a que estão submetidas todas as criaturas para alcançarem o objetivo do Criador, o que enseja não perder as esperanças.
O que hoje é, amanhã poderá ter outro colorido, deixando em seu lugar apenas as experiências, marcas do progresso e aprendizado, máxime recordando que o amor de Deus é a força que sustenta a vida e não há, no Universo, força maior do que a presença do Criador mantendo seus ditames.
Dessa forma, quando a inclemência das dores fustigarem a alma daqueles que padecem transitoriamente, é de bom alvitre recolher-se à meditação para ouvir o pulsar do Cosmo, como numa canção assinalando que é a vida que estua em todo o seu esplendor, motivo porque no silêncio se identificam as vozes da Imortalidade sussurrando aos ouvidos da alma, a vitória que se haverá de alcançar.
Recolhendo-se na oração, os candidatos à felicidade, dialogarão com Deus, na intimidade do filho ao pai, quando não ao coração de mãe, sem jamais atirar a toalha no tatame da existência, mas prosseguindo firme e forte, embora as nuvens carregadas de dissabores possam envolver os viajantes, que guardam nas profundezas d’alma a lembrança de que logo mais, amanhã, outro dia, no momento certo, o sol voltará a brilhar.
Na caminhada evolucionista, muitos ainda dormem o sono esplêndido, razão porque no adágio popular se dizer que incontáveis criaturas ainda "dormem nos braços de Morfeu", o deus do sono da mitologia grega. Nada mais verdadeiro, porque incontáveis criaturas ainda vivem na consciência do sono, acreditando que o mundo seja lugar de sofrimento e se esquecem que é o Sol que predomina n’alma dos herdeiros do universo e não ao contrário. Com fulcro nesse livre pensar, antes de te entregares à desesperança, recorda que a consciência cósmica tem a certeza do triunfo e da conquista plena de tua obra, sendo, pois, suficiente, confiar Nele.
Com esse ideário, sintonizados no Livro de Amor do Divino Pastor, habilitam-se os candidatos a receberem carta de alforria e arrimo para as reflexões de progresso nessa vida, bela, coloria e consentida.
Ponto finalizando, recebam os amigos fraternos, nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de um bom fim de semana na paz do Divino Jardineiro.
Do amigo de sempre.
- Jaime Facioli -