Uma das questões que sempre intrigaram os seres humanos no caminho de sua evolução foi identificar quem seria o nosso próximo. O Divino Pastor deu lirial lição sobre o tema em apreço ao contar a parábola do bom samaritano. A ninguém será lícito desconhecer o ensinamento em questão, e, em verdade, hoje a parábola é cantada em prosa e verso para bem identificar o irmão necessitado.
Entretanto, na defesa da vida, dos negócios, do bem-estar da família, inenarráveis pretextos que sempre se têm na “ponta da língua”, simbolizando incontáveis os interesses particulares que acabam por ceder espaço em demasia ao egoísmo, sem dúvida uma chaga da humanidade que o tempo se encarregará de extirpar quando se estiver atento aos conselhos do Divino Rabi da Galileia para termos puros o coração.
Ora! Sim. Não se nega que o próximo, na dinâmica e pedagogia do Senhor da vida, sempre está bem perto de nós, como no caso da parábola ilustrada pelo Divino Jardineiro. Sem contradita, o que se vê é que Deus, o Pai Celeste, coloca os necessitados sempre em nossos caminhos, perto de cada um de nós, para facilitar a solidariedade e a bem-aventurança de servir ao próximo.
Seja alguém no semáforo estendendo as mãos, maltrapilho, esfarrapado e com olhar triste, muitas vezes para nos mostrar que não deseja a nossa colaboração sem nada ofertar, com as mãos inchadas ou os pés descalços, quando não faltando-lhe um braço, oferece-nos uma “guloseima” a título de retribuição à caridade recebida.
Em qualquer lugar nos caminhos da vida, se encontram necessitados, máxime nas portas das sinagogas, igrejas e templos, e nas famílias, há mãos estendidas. Inegável a lição memorável de Pedro, discípulo amado de Jesus de Nazaré. Como se sabe, os discípulos de Jesus vestiam-se pobremente, mas com os corações emoldurados de amor. É notório na história da humanidade o exemplo de ajudar o próximo.
Certa vez, Simão Pedro aproximou-se da sinagoga para as orações, quando um par de mãos necessitado rogou misericórdia e umas moedas para se sustentar. O bondoso discípulo olhando seus trajes e seus bolsos vazios admirado disse-lhe, meu irmão não tenho ouro e nem prata, mas o que tenho te dou. Mediamente levantou as mãos abençoadas por Jesus, tomou o mendigo e aleijado nos braços e entrou na sinagoga realizando o milagre em nome do Nazaré.
Não se olvide a palavra do Divino Pastor. Disse o Mestre aos irmãos de caminhada pela vida, bela, colorida e consentida: Vós sois Deus, tudo o que fço, vós podeis fazer e muito mais. Que não se engane a rasa filosofia. É preciso pureza de coração.
Oh, meu Deus! Quantas bênçãos tu nos ofereces, quantas oportunidades de atender ao próximo. Na família, ousamos aventurar os sentimentos d’alma para dizer que poucos são aqueles que não têm no seu seio familiar a dita “ovelha negra”, o desalinhado, o dependente de maior carinho e atenção.
É nesse sentir que as mães são rotuladas de dar preferência por este ou aquele filho, tendo-o como “xodó” do clã, quando na verdade, ela é o anjo que o Senhor da vida colocou para tutelar as necessidades dos seus filhos, sentindo e providenciando a dosagem de amor especial para o próximo mais necessitado.
A missão de auxiliar o próximo não será tão difícil quando nos identificamos com o pensamento do Cristo e nos impregnamos da mensagem de que Ele se fez portador. Assim, sempre temos algo a dar em Seu nome, àqueles que se nos cercam em aflição, como o diálogo saudável com os espíritos conduzidos pelas equipes de resgate nos centros espíritas em atendimento fraterno aliviando as dores “físicas” e mentais dos irmãos em aflição.
Em qualquer situação o dialogador oferece, com a inspiração da equipe espiritual ou anjo protetor, precioso serviço de auxílio aos irmãos desencarnados em necessidade e em aflição. Dentre os recursos valiosos de que podemos dispor em benefício do próximo, destaca-se a imposição das mãos em socorro à saúde alquebrada ou às forças em perecimento.
Não se olvide de que entre as bênçãos do Homem de Nazaré estava incluída em sua pauta de atendimento a recuperação de pacientes, os portadores de diversas enfermidades, tarefa libertadora que Jesus exercia com maestria, pois de acordo com a Gênese do mal de que cada necessitado se fazia carecedor, Ele aplicava o concurso terapêutico, restabelecendo o equilíbrio e favorecendo a paz.
A imposição das mãos e as palavras generosas, aos cegos e surdos, mudos e feridos, renovavam o ânimo, transformando-o em bem-estar. Estimuladas pela força invisível que Ele transmitia, as células se refaziam, restaurando o organismo em carência.
Com o seu auxílio, os alienados mentais eram trazidos de volta à lucidez e os obsidiados recobravam a ordem psíquica em face dos espíritos atormentadores que os maltratavam. Sem dúvida, o ministério do amor na excelência da palavra foi nos concedido e facilitado pelo Divino Jardineiro, em nome do amor, para realizarmos e dar prosseguimento ao Seu trabalho entre os irmãos sofredores do mundo.
Que nossa vã filosofia não se atreva a tanto, pois não nos encontramos ainda em condições de conseguir os efeitos e êxitos que o Mestre produziu. Entretanto, pelo viés ofertado pelo Sublime amigo, todos os que procuram a paz de Jesus e a renovação do próximo, será lícito oferecer os recursos de que dispomos, na certeza de que os nossos tentames não serão em vão.
Óbvio que Jesus conhecia o passado daqueles que O buscavam, favorecendo-os de acordo com o merecimento de cada um. Por nosso turno, realizando o trabalho de auxílio ao próximo, poderemos conquistar valores para o futuro, advogando a nosso favor em qualquer lugar em que nos encontremos, máxime considerando que somos todos comprometidos com o nosso passado.
Neste estado d’alma, repartindo os bens de alegria, estrada afora, em festa de corações renovados, estaremos nos colocando como cristão novo, levando a palavra de conforto, entregando as roupas velhas que possuímos sempre novas para outrem.
A ajuda de qualquer espécie, o ombro amigo e mesmo em nome do amor do Cristo de Deus, pode e deve-se “impor as mãos” nos companheiros desfalecidos na luta, nos que tombaram, nos que se encontram aturdidos por obsessões tenazes ou desalinhados mentalmente.
Oh!,bendito concurso propiciado pela caridade fraternal, não só beneficia os padecentes em provas e expiações redentoras, como ajuda àqueles que se aprestam ao labor, em razão destes filtrarem as energias benéficas que promanam da Espiritualidade através dos mentores desencarnados que são canalizadas na direção daqueles necessitados.
É justo não se aguardar resultados imediatos, considerando-se a distância de evolução que medeia entre nós e o Senhor, máxime na luta de ascensão e reparação dos erros conforme nos encontramos.
Por favor, que ninguém se prenda, nesse trabalho, a fórmulas sacramentais ou proceder estereotipado, aqueles capazes de distrair a mente dos verdadeiros objetivos onde se deve fixar e não a maneira como se expressar.
É de Joanna de Ângelis, sem dúvida alguma, pelas mãos abençoadas da psicografia de Divaldo Pereira Franco, a sedutora recomendação aos irmãos interessados em ajudar ao próximo sob qualquer situação que se lhes apresente.
“Toda técnica é valiosa, quando a essência superior é preservada. Assim, se distende o passe socorrista com atitude mental enobrecida, procurando amparar o irmão agoniado que te pede socorro. Não procures motivos para escusar-te. Abre-te ao amor e o amor te atenderá, embora reconheças as próprias limitações e dificuldades, em cujo campo te movimentas”.
Dentre muitos que buscavam Jesus para o toque curador, destacamos a força de confiança expressa no apelo a que se refere Marcos, no capítulo cinco, versículo vinte e três do Evangelho: “E rogava-Lhe muito, dizendo: - Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva.” Faze, portanto, a “imposição das mãos”, com o amor e a “fé que remove montanhas”, em benefício do teu próximo, conforme gostarás que ele faça contigo, quando for a tua vez de necessidade.
Nesse sentir do coração amoroso, estenda as mãos e o Senhor da Vida lhe cobrirá de bênçãos, porque as mãos abertas serão sempre as mãos que têm condições de receber da Divindade para distribuir ao seu próximo e em seu nome o seu imenso amor.
Neste estado d’alma, segue nosso ósculo em seus corações com a hóstia da fraternidade, desejando um ótimo fim de semana em nome do Celeste Amigo. Ponto finalizando, seja abençoada no proceder de benemerência, ajudando o próximo agora e para sempre.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.