Queridos amigos fraternos.
Bom Dia.
Jesus sê conosco.
A predestinação e o exercício de vida.
Uma das questões que assombram a consciência dos que têm sede de conhecimento é saber se a predestinação existe, ou em outras palavras, se existem seres predestinados ou se estamos todos sujeitos aos acontecimentos da vida, de sorte que, tudo o que nos acontece no trânsito de nossa existência por esse planeta de provas e expiações, pode ser atribuído a predestinação.
Me explico melhor.
Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, apenas como exemplo de acontecimentos da vida, estariam predestinados a enfrentarem esses momentos de dor, ou poderiam eles, caso as circunstâncias pretéritas cobrassem dívidas transatas, modificarem os acontecimentos?
A resposta é afirmativa.
Ainda que comprometidos com o nosso passado delituoso, poderemos sempre nos utilizarmos do instrumento do perdão e nos libertarmos das algemas que nos prendem aos atos inditosos do passado comprometedor. Não deveremos nos olvidar de que o Perdão é instrumento de amor que é bom para quem o concede.
Por isso, nossa convicção de que nenhum dos filhos de Deus está predestinado a suportar dores excruciantes ou obedecer a um programa de vida como se fosse uma máquina ou um computador.
O ser humano, filho de Deus, tem o livre arbítrio para decidir o rumo de sua vida. Somos nós quem escolhemos o que devemos fazer, como realizar os projetos que nosso coração anela, o tempo, o modo e o lugar.
Deus nos oferece a oportunidade rediviva de escolhermos o caminho a seguir.
Se, pela porta larga, vamos criar oportunidades de furtar a outrem, roubar, matar, violar os direitos do próximo, enfim escolher os caminhos que nos causaram acúleos e dores das mais pungentes.
Se escolhermos a direção da porta estreita, certamente teremos que realizar reformas interiores que nos possibilitem o abandono do tabagismo, do álcool, dos maus procedimentos, falar mal do vizinho, do governo, dos amigos de trabalho e abandonar a infidelidade de qualquer natureza.
Iniciar-se de imediato na prática do perdão das ofensas, ser manso e pacífico como ensinou o Homem de Nazaré, exercitar a caridade em toda a sua contextura, virtude que nos aproxima do Senhor da Vida.
Nós somos a soma das nossas decisões.
Em verdade, escolhemos até para reencarnar, com honrosas exceções das reencarnações compulsórias, somos nós quem escolhemos os pais e o lugar que necessitamos nascer para haurir a possibilidade de vida que melhor se ajuste ao nosso progresso.
A predestinação, chamada de destino nada tem a ver com isso.
Desde pequenos aprendemos que, ao fazermos uma opção, descartamos a outra.
Se a escolha for pela porta larga da vida, dos vícios e dos desalinhos com os compromissos nobres da vida, certamente estaremos passando ao largo da porta estreita da vida que nos convida para o bem proceder, a dignidade de bem viver em família, na sociedade e em paz com a nossa consciência.
Somos arquitetos de nossas vidas e nessa condição vamos tecendo os ramos da árvore existencial que se convencionou chamar de "minha vida". Permitam os amigos que eu lhes assegure, que isso não é fácil, mas também ninguém nos deu garantia de que esse planeta é de veraneio, mas ao que se sabe é um planeta de provas e expiações.
Por isso, no momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será impossível se conciliar com a arquitetura e por aí vai. Alguns escolhem o exercício de missionários do Senhor do Universo. Abandonará a oportunidade de constituir uma família, viver a alegria do lar com os filhos e as bênçãos de uma família em provas e expiações. Mas em compensação terá um universo de famílias para cuidar e pastorear.
São propostas de vida para a escolha dos filhos de Deus, oferecendo diversos caminhos que podem levar, dependendo da escolha que fizermos, ao mesmo lugar de paz. Ao progresso do ser humano em direção aos altiplanos celestiais.
No amor, a mesma coisa: Namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando paixões e deixando-as quando os hormônios arrefecem, ou se casar para viver o amor em plenitude, e através do matrimônio instalar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.
Recordo-me dos alegres e saudosos tempos dos bancos acadêmicos. W.de Barros Monteiro define o casamento como a perda de metade da liberdade com o compromisso do dobro da responsabilidade.
As escolhas que fizermos sempre terão prós e contras: Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses. Ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana. Ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Será sempre necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos como dizem os jovens. Prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que somos. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho:
Ninguém é o mesmo para sempre.
É a reforma íntima que nos convida a mudança de comportamento. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha o bom senso da responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.
Lembremo-nos, a escolha será sempre nossa e jamais de uma predestinação. É o exercício do livre arbítrio em ação, segundo o grau de evolução do espírito, realizando nossos desejos inscritos nos recônditos de nosso ser imortal e não uma programação previamente estabelecida.
Se nos fosse facultado prever o futuro, é verdade que evitaríamos erros, mas, convenhamos, a vida perderia sua graça, pois é justamente na imponderabilidade da existência que reside o verdadeiro aprendizado e a emoção da vida.
Se ao nascermos soubéssemos exatamente tudo o que nos iria acontecer, ficaríamos sentados, para “ver a banda passar” e sem sentido prático as lições do Divino Jardineiro.
Se fossemos predestinados, manteríamos distância de certas figuras soturnas que cruzaram nossas existências, e com isso perderíamos a oportunidade de crescimento, pois é na dificuldade que nos alavancamos para o progresso. É exatamente no empeço que a vida nos dá que nascem à oportunidade de avaliação da vida.
Em outras palavras, é a oportunidade que temos para exercer e treinar nosso discernimento. A nossa capacidade de análise, se realiza justamente em cima de erros cometidos, para constituir nossa base de dados, aprendendo a evitá-los no futuro.
Não se enganem os amigos. Não estou fazendo apologia do erro como forma de viver, mas aceitando a sua existência como elemento pedagógico da vida para o progresso dos filhos de Deus em direção aos altiplanos celestiais.
Assim, diga-se "an passant", que não é fácil adivinhar o que se passa no interior das pessoas. Nossa capacidade de julgamento está longe da infalibilidade, por mais que tentemos ficar alertas, sempre deixaremos margem para erros em nossos julgamentos.
Algumas vezes, nos deixaremos levar pela emoção ou pela amizade. Jamais seremos capazes de saber quais as reais intenções daqueles que nos cercam. As escolhas que faremos na vida, ao permitir a aproximação de pessoas em busca de oportunidades, demonstrando o seu persona de "anjo", podem não condizer com a sua personalidade, mas isso servirá de base de dados para o nosso progresso e o aprendizado das lições do Divino Galileu.
São lições que a vida oferece, encarecendo o nosso discernimento para aproveitar essas experiências, método dos eternos testes de valoração aos filhos da Providência Divina destinados ao nosso progresso.
O mais importante é nunca se deixar abater pelas vicissitudes da vida, pois se pessoas ingratas existem, quantas outras o Senhor da vida nos coloca em nossos caminhos, merecedoras dos mais nobres encômios. Estão eles vestidos na indumentária carnal, como nossos familiares, parentes, de amigos, nosso anjo da guarda ou protetor espiritual que nos ajudam na travessia do mar bravio do mundo de provas e expiações.
Com essas considerações, reflitamos sobre as bênçãos da Divindade ao afastar de nossas provas e expiações a predestinação, concedendo-nos o exercício do livre arbítrio, meio de escolha própria para traçar a estrada de nosso progresso em direção aos páramos celestiais.
Ponto finalizando, recebam os amigos fraternos, nosso ósculo depositado em seus corações, em nome da oblata da fraternidade, com votos de um ótimo final de semana em nome de Jesus de Nazaré.
Do amigo fraterno de sempre.
Jaime Facioli.